Carlos Saura, a grande figura do cinema espanhol e autor de “Cria cuervos”, morreu aos 91 anos

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O seu maior sucesso foi “Cria cuervos”, que venceu o Grande Prémio do Júri em Cannes em 1976 e cuja música original se tornou um sucesso.

O cineasta espanhol Carlos Saura morreu na sexta-feira 10 de Fevereiro com a idade de 91 anos, anunciou a Academia Espanhola de Cinema. “A Academia de Cinema lamenta profundamente anunciar a morte de Carlos Saura (…), um dos cineastas fundamentais na história do cinema espanhol, que morreu hoje na sua casa aos 91 anos de idade, rodeado pelos seus entes queridos”, anunciou no Twitter.

O seu último filme foi lançado na sexta-feira passada

“O seu último filme, Las paredes hablan (The Walls Speak), foi lançado na sexta-feira, prova da sua incansável actividade e amor pela sua arte até aos seus últimos momentos”, disse ela.

O realizador iria receber um Goya honorário no sábado na cerimónia de entrega de prémios do cinema espanhol em Sevilha. Será prestada uma homenagem “à memória de um criador insubstituível”, disse a Academia.

Realismo social e amor pela música
Carlos Saura, que dirigiu Cria cuervos em 1975, uma alegoria da ditadura que asfixiou o seu país, ganhou o Prémio do Júri em Cannes e foi nomeado para um César de melhor filme estrangeiro. Começou a sua carreira com realismo social antes de se voltar para os filmes musicais, particularmente aqueles sobre flamenco.

Nascido a 4 de Janeiro de 1932 em Huesca (norte de Espanha) numa família de artistas, Saura, que realizou um total de cinquenta filmes, recebeu o seu primeiro reconhecimento internacional em 1966 em Berlim (Urso de Prata para A Caça).

65 anos de carreira, 46 filmes, 7 prémios

Prolífica, Saura foi uma cineasta de jogo e imaginação, com uma estética sofisticada e um estilo ao mesmo tempo lírico e documental, centrando-se na situação dos mais desfavorecidos. Retratou frequentemente personagens da burguesia, atormentadas pelo seu passado, flutuando entre a realidade e a fantasia.

Contudo, após a morte de Franco (1975) e a transição democrática que se seguiu, este fanático da música e da dança passou gradualmente para outras coisas: das canções de amor ao tango e ao fado, ao folclore argentino e ao jota, à dança do seu Aragão nativo, à ópera e, sobretudo, ao seu amado flamenco, tornando-se, de certa forma, apesar de si próprio, um embaixador da cultura espanhola.

Várias vezes casado e pai de vários filhos, ele tinha tido uma relação com Geraldine Chaplin, a sua musa, com quem teve um filho.

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